O TPAC 2018 aconteceu de 22 a 26 de Outubro em Lyon , França e contou com a presença do Comitê Consultivo, dos Grupos Técnicos e com o TAG - Grupo Técnico de Arquitetura, todos do W3C. A semana foi cheia de encontros e discussões sobre a evolução das tecnologias já existentes e como caminhará as novas tecnologias para a Web do futuro.
A figura abaixo reflete as principais inovações na Web nas quais o W3C está trabalhando com padronização.
Confira as discussões abordadas no TPAC 2018:
Foi destaque a discussão sobre a definição de um MVP (Minimum Viable Product) de uma Publicação Web para identificar os requisitos para o agente de usuário (por exemplo, um navegador). Esse MVP precisa contemplar necessidades comuns da Web que nem sempre estão presentes em uma publicação digital, como buscas em toda a publicação e o suporte a funcionalidades de CSS e JavaScript. Também foi abordado sobre os limites de uma Publicação Web, lembrando que a própria Web já lida com conteúdo de outras fontes, quando é carregado um iframe ou quando acessa um novo link em uma nova página. Esses limites precisam ser balanceados com as necessidades do agente de usuário, que pode ter limitações, como a falta de conexão a internet, por exemplo.
Foi apresentado o trabalho de interação entre o CSS Working Group e a Acessibility API Mappings, desenvolvida com o Working Group de Acessibilidade na Web. O grupo continua aperfeiçoando as propriedade específicas de layouts de textos, como textos em multi-colunas e alinhamentos com quebra de texto.
É um identificador global exclusivo que não requer uma autoridade de registro centralizada porque é registrado com tecnologia distribuída ou outra forma de rede descentralizada.
É um documento estruturado contendo metadados que descrevem um DID, incluindo materiais de autenticação, como chaves públicas e biometria pseudônima, que uma entidade pode usar para autenticar, ou seja, para provar o controle do DID.
Uma cerimônia em que um proprietário de identidade, com a ajuda de vários componentes, como navegadores da Web, dispositivos móveis e outros agentes, estabelecem um canal de comunicação efêmero e muito seguro. A implementação do Identificador Descentralizado (DID) e da Autenticação DID aproveita-se de todo o trabalho já feito pelo grupo de Web Authentication (também conhecido como Passwordless Authentication) que implementa uma autenticação forte e criptografada na Web, fazendo uso de um autenticador de tal maneira que não há login e senhas circulando na rede.
A força tarefa promovida pelo grupo Accessibility Guidelines Working Group (AGWG), propôs uma nova abordagem para as diretrizes de acessibilidade. O grupo propõe testes não mais embasados em validação de uma página inteira e sim em tarefas que devem ser propostas para o usuário. Esses testes visam atingir resultados em compliance "não binárias" do WCAG, principalmente em critérios que envolvem usabilidade e compreensão do usuário.
A expectativa é que o Silver seja uma recomendação do W3C em 2021, data próxima a publicação do WCAG 2.2. Também em conversa de bastidores, estima-se WCAG 3 já seja a primeira versão considerando o modelo do Silver.
Destaque para o esforço de remoção de atributos que podem expor dados da rede do usuário e a exposição do mínimo de números IPs possíveis para uma conexão múltipla via WebRTC.
Este grupo é livre e aberto para todos, sem a necessidade de ser um membro do W3C e o objetivo é possibilitar a criação e testes de novas features para a Web de uma maneira mais rápida, sem afetar o andamento dos grupos de trabalhos. Quando uma feature é incubada pelo grupo, passa então por um processo de protótipos e avaliação e, se for benéfica e relevante para o crescimento da Plataforma Web, pode entrar para o processo chamado de REC-track, ou trilha de padronização, onde passará por todos os estágios de uma especificação, desde um working draft até uma recommendation.
Algumas features que estão sendo incubadas pelo grupo, entre elas:
Por que XR (Cross Realirty) na web? Novos hardwares e redes estão tornando isso prático. O XR pode trazer experiências envolventes para os usuários. A Web evita a necessidade de baixar aplicativos e promete longevidade à medida que a plataforma inevitavelmente evolui e morre. Demonstração do navegador da Web RV, outras demonstrações criadas usando o WebGL e uma demonstração da BBC dos tardis passando pelo espaço. A reunião contou com a participação de representantes da Apple, Amazon, Facebook, Magic Leap, Intel, Samsung, Google, NIC.br/Ceweb.br, Alibaba, Nikkon, Microsoft, entre outras, e teve o foco em definir toda base tecnológica fundamental para a criação de experiências de Realidade Virtual e Realidade Aumentada na Web. Os stakeholders envolvidos com o assunto acreditam que essa é a evolução natural da Web e por isso o trabalho do grupo tem o foco em criar uma integração entre as atuais tecnologias web e as tecnologias de Realidade Mista de maneira amigável, possibilitando que a comunidade de desenvolvimento web utilize as mesmas linguagens comuns na Web para criar experiências imersivas. A primeira discussão presencial do grupo foi direcionada para resolver pontos delicados relacionados às APIs utilizadas para integrar os hardwares de RA e RV aos navegadores Web. Além da resolução de issues, as organizações do grupo fizeram apresentações sobre desafios e trabalhos futuros relacionados com a Immersive Web. Em uma apresentação realizada por um representante do Google, foi citada a recomendação DWBP (Data on the Web Best Practices), documento em que o NIC.br esteve diretamente envolvido como editores na sua construção, em posição de destaque - como uma referência importante para o contexto de dados e realidade aumentada.
Os desenvolvedores de aplicativos da Web de mídia querem colocar suas aplicações em dispositivos como televisões, set-top boxes e dispositivos móveis. O grupo de Web Media está especificando um conjunto de tecnologias Web para resolver problemas de interoperabilidade. Acontece que navegadores integrados em produtos de consumo são frequentemente construídos a partir das mesmas bases de código que os navegadores de PC. Essas implementações são feitas pelos próprios fabricantes dos dispositivos ou por integradores. Assim, não é incomum que o consumidor esteja usando um produto de com uma versão base de código com três ou mais anos, enquanto navegadores de PC usam lançamentos de base de código mais recentes. Então, O grupo de web Media reuniu em uma definição as principais especificações usadas pelos aplicativos Web de mídia que são suportados em comum pelos quatro grandes códigos bases dos navegadores Chromium, Edge, Gecko, WebKit (Chrome, Edge, Firefox e Safari, respectivamente), desde 2017 [1]. A especificação foi usada para gerar um conjunto de testes, que permite que os fabricantes de dispositivos especifiquem e verifiquem se seus navegadores estão atualizados com os padrões da web atuais [2].