Para aprofundar a discussão sobre dados abertos governamentais e atrair novos públicos para o debate, o W3C Brasil organizou, em parceria com o Ministério do Planejamento (MP), o II Encontro Nacional de Dados Abertos, nos dias 21 e 22 de novembro de 2013, na Escola de Administração Fazendária (ESAF), em Brasília.
O II Encontro Nacional de Dados Abertos ocorreu nos dias 21 e 22 de novembro de 2013, na Escola de Administração Fazendária (ESAF), em Brasília. Organizado pelo W3C Brasil e Ministério do Planejamento-MP, o objetivo do evento foi aprofundar a discussão sobre dados abertos governamentais e atrair novos públicos para o debate.O 2º Encontro Nacional de Dados Abertos-ENDA teve o apoio da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República, da Controladoria-Geral da União-CGU do Comitê Gestor da Internet no Brasil-CGI.Br, representado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR-NIC.Br, da Associação Software Livre, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro-PUC-Rio, do Serviço Federal de Processamento de Dados-Serpro, da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social-Dataprev e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-INEP.O ENDA teve um formato diferente do convencional. Na parte da manhã de cada dia, tiveram apresentações dos Keynotes Speakers e durante à tarde foram realizadas trilhas temáticas com 1h de provocações de especialistas nos temas, com o intuito de fomentar o debate. O restante da tarde foi usado para debate, elaboração de propostas e priorização. Além das três trilhas em cada dia, tiveram atividades paralelas como: palestras, oficinas e um Curso de Ontologias.
Keynotes
No primeiro dia do evento, a Irina Bolychevsky, da Open Knowledge Foundation, falou sobre os impactos da política de dados abertos em democracias e explicou como a política de dados abertos pode contribuir para o engajamento dos cidadãos e a criação de sociedades mais transparentes. Irina é líder do projeto CKAN, uma plataforma livre que permite governos criarem seus próprios portais de dados abertos. O repositório brasileiro de dados abertos, o dados.gov.br, é baseado no CKAN. Acesse a apresentação feita pela Irina.
No segundo e último dia, o Ulrich Atz, chefe de estatísticas do Open Data Institute, falou sobre dados abertos e sustentabilidade. Ele explicou, por exemplo, como dados abertos podem gerar valor para os cidadãos e também como podem ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Acesse a apresentação feita pelo Ulrich.
TrilhasAs propostas debatidas e priorizadas em cada trilha, estão listadas no site do Governo Federal Participa.br.*Sustentabilidade Econômica dos Dados Abertos*
Essa trilha foi coordenada pelo Alexandre Gomes, da SEA Tecnologia e foi dividida em 3 momentos: inspiração, transpiração e reflexão. “A fase de transpiração começou com um grande debate sobre os maiores obstáculos ao estabelecimento de um ciclo econômico em torno dos dados abertos governamentais.” Leia o post sobre a Trilha de Sustentabilidade.*Casos Locais: Abertura nos Estados e Municípios*A professora da Universidade Federal de Pernambuco, Bernadette Farias Loscio, coordenou os dois dias dessa trilha. Quatro especialistas de governos locais fizeram provocações no primeiro dia de discussões e cinco provocadores fomentaram o debate no dia seguinte, seguidos de debate e priorização de propostas. Segundo a profa. Bernadette, ” a trilha de Casos Locais ofereceu ao público a oportunidade de conhecer os principais desafios enfrentados na abertura de dados governamentais, além de promover um fórum de discussão sobre o papel dos Dados Abertos na gestão pública”. Veja o post completo e as propostas elaboradas na Trilha Casos Locais.*Educação em Dados Abertos*
Essa trilha foi coordenada pelo Everton Zanella Alvarenga (Tom), Diretor Executivo da Open Knowledge Brasil. Tom criou um questionário no google? que ficou aberto para edição em torno de 10 dias antes e 10 dias após a trilha. Leia o relato completo e as propostas elaboradas na Trilha Educação em Dados Abertos.
*Privacidade*Victor Pimenta, do Ministério da Justiça – MJ, coordenou a trilha de Privacidade. Segundo Victor, essa trilha “levantou várias discussões pertinentes à aparente dicotomia entre transparência e sigilo, tratando do tema dos dados abertos e suas implicações para a privacidade e a proteção de dados pessoais ao dar publicidade a informações em formato manipulável e desagregado.” Acesse o post completo sobre a Trilha Privacidade.*Governo Aberto: Dados e Serviços do Governo para a Sociedade e o Cidadão*
A coordenadora dessa trilha foi Patrícia Cornils e, segundo ela, diversas provocações e debates ocorreram durante a tarde do dia 21 de novembro. Leia o relato completo sobre a Governo Aberto.
Trilhas com paineis e palestras*Trilha Interoperabilidade*Alexandre Lopes, do Serpro, coordenou a Trilha de Interoperabilidade e iniciou as discussões com palestra sobre o tema. Alexandre comentou sobre a falta de interoperabilidade e os desafios para superar esse problema e a necessidade de desenvolver ontologia governamental. Acesse o material apresentado na apresentação do Alexandre.*Palestra – Design de APIs de Dados Abertos*
Paulo Merson, do TCU, ofereceu informações práticas para auxiliar o design e a governança dos serviços de dados abertos na Web. Comentou sobre algumas iniciativas governamentais, os padrões usdados e a importância da comunicação. Acesse o material da apresentação de Paulo Merson.
**Palestra – Ligação entre ontologias, taxonomias e o negócio da instituição**Frederico Bortolato falou sobre a ontologia do processo legislativo de São Paulo. Exemplificou as diferenças da Web atual e da Web Semântica com base no caso do processo legislativo de São Paulo. Leia a apresentação completa de Frederico.*Painel – Dados Abertos nas Empresas Públicas de TI*Leonardo Cezar, do Dataprev, explicou sobre o processo de Dados Abertos nas empresas públicas, exemplificando o caso do Dataprev. Leornardo explicou sobre a infraestrutura de dados abertos; a arquitetura de referência; o fluxo de publicação; e a partcipação da sociedade nesse processo. Acesse a apresentação do Leonardo.Luís Cláudio Tujal, do Serpro, explicou sobre o projeto de dados abertos dessa instituição e sobre o portal de abertosww.dados.gov.br. Luís Cláudio falou sobre a tecnologia utilizada, a plataforma CKAn, a importância do Linked Data e do Ambiente em Nuvem Computacional. Leia a apresentação do Luís Cláudio.Homero Sampaio, da EMPREL, falou sobre o caso de abertura de dados da Prefeitura do Recife para estimular o desenvolvimento de aplicativos. Explicou sobre os desafios, a plataforma tecnológica utilizada (CKAN) e a escolha dos formatos com o objetivo de empoderar os cidadãos ao fomentar o desenvolvimento dos aplicativos. Acesse a apresentação do Homero Sampaio.*Trilha Visualização de dados*
Diego Rabatone foi o coordenador dessa trilha e iniciou os debates com uma apresentação sobre o Estadão Dados. Diego contou sobre o funcionamento do basômetro, um aplicativo de visualização interativa sobre fidelidade partidária que permite analisar votações no Congresso, segundo critérios definidos pelo próprio usuário.*Palestra – Guia de Jornalismo de Dados*Tiago Mali, da ABRAJI, explicou o que é o jornalismo de dados, a importância de dar sentido aos dados e sobre o jornalismo científico. Acesse o material da apresentação de Tiago Mali.*Palestra – Dados abertos nos tribunais de contas*Christiane Tavares C. de Albuquerque, do TCE-RS, falou sobre o Sistema de Informação para Auditoria e Prestação de Contas – SIAPC do Rio Grande do Sul e como foram disponibilizados os dados em formato aberto nesse sistema. Veja a apresentação da Christiane Tavares.*Painel – Dados abertos nas casas legislativas*Eduardo Miyashiro, da Câmara Municipal de São Paulo, falou sobre a implementação do Programa de Dados Abertos no Parlamento. Ele explicou sobre a interoperabilidade entre o sistema de votação do painel eletrônico e o portal e controu como ocorreram as atividades de participação e disseminação do programa, por exemplo a Maratona Hacker. Leia a apresentação do Eduardo Miyashiro.Joel Cezar Neto, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, falou sobre a abertura de dados nessa instituição. Explicou sobre o processo tecnológico, as aplicações, expectativas e planos. Acesse a apresentação do Joel Cezar.Concursos*Concurso para Dados Abertos*
Realizado em parceria com o Ministério da Justiça (Secretaria Executiva e Departamento da Polícia Rodoviária Federal), a Controladoria-Geral da União e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI) ocorreu sobre a base de dados do Sistema de Informações Gerenciais (SIGER), mantida pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Premiou com laptops e leitores de ebook os projetos vencedores: Ocorrências nas Rodovias Federais; Macao Acidentes.*Concurso Nacional de Dados Abertos*Realizado pelo Ministério do Planejamento com o objetivo de “estimular o desenvolvimento de ferramentas e visualizações baseadas em dados abertos, inclusive as que utilizem como fonte mais de uma base de dados.” Os vencedores do concurso foram: Brasil Mapeado; Agências do MTE; PAC Info?; Análise do Acesso à Educação. Leia o post completo sobre o concurso.Lançamentos*Tool Kit de para Publicação de Dados em Formato Aberto*
O W3C Brasil promoveu diversos cursos sobre dados abertos no Brasil e na América Latina, desde 2010, para facilitar o estudo e capacitação dos interessados em publicar dados em formato aberto. Todo o conteúdo desses cursos, um vídeo introdutório sobre o tema, assim como um texto base e um curso em formato EAD (online) e vídeos das aulas gravadas estão disponíveis no Tool Kit.Curso online para publicação de Dados em Formatos abertos realizado pelo W3C Brasil e pela Controladora Geral da União, em parceria com a Agenda Pública. Os interessados poderão se inscrever gratuitamente no site Open data for Development – OD4D.E-book com Receita para o não rastreamento na Web, parte do Donottrack.us/cookbook. Para baixar acesse essa url.Curso de ontologias
O curso foi específico para os participantes do ENDA, com foco em Linked Data. Foi dividido em duas partes:1a parte – foram abordados os aspectos teóricos: conceito de ontologias desde o seu percurso filosófico; a importância do rigor metodológico ao criar ontologias; a diferenciação entre web semântica e linked data; e os padrões do W3C.2a parte – abordou-se os aspectos práticos: enfoque na utilização do protégé; criação de uma ontologia de aplicação simples; consultas em SPARQL e manipulação de endpoints.50 alunos fizeram o curso ministrado pelos professores Seiji Isotani, Thyago Tenório e Ig Ibert Bittencourt a II Escola de Ontologias.Segundo relato dos professores, verificou-se uma dicotomia sobre a aplicação real, pois muitos dos presentes, apesar de considerarem muito importante a utilização de padrões como RDF, consideravam inexequível dada a complexidade e o tempo disponível de suas instituições. Outros discordavam, inclusive alguns instituições já tinham criado suas próprias ontologias. Verificou-se também a necessidade de continuidade das discussões: ficou claro que o debate foi bastante positivo e que houve um consenso entre os presentes que as discussões deveriam continuar para apoiar iniciativas futuras.