Mais de 550 especialistas em tecnologias Web se reuniram em Lisboa, Portugal, esta semana, para discutir os desafios e as novas oportunidades para o futuro do roteiro técnico da Web e trabalhos de padronização. Promovido pelo Consórcio World Wide Web (W3C) , cuja missão é “levar a Web a seu potencial completo” por meio da padronização das tecnologias Web, a Reunião Anual do Plenário Técnico e Comitê de Consultoria (TPAC) do W3C contou com quase 40 sessões de grupos formalmente constituídos envolvidos em trabalhos relacionados à padronização. Outras [9]40 sessões paralelas informais discutiram as tecnologias emergentes que podem se beneficiar dos trabalhos de padronização do W3C.
Na conferência, o Inventor da Web e Diretor do W3C, Sir Tim-Berners-Lee, fez um discurso de abertura no qual agradeceu e incentivou seus colegas tecnólogos da Web a manter sua visão original de uma Web aberta, interoperacional e descentralizada para todas as pessoas do mundo.
Em 6 de Agosto, o mundo celebrou o 25o aniversário da Web oferecida como serviço publicamente acessível. Desde sua invenção por Berners-Lee em 1989, a Web evoluiu até o ponto de apresentar funcionalidades avançadas de vídeos e gráficos, ser funcional em múltiplos dispositivos e estar disponibilizada em diversos idiomas, além de oferecer acesso a pessoas com algum tipo de deficiência. Esses avanços se baseiam de forma significativa nos padrões da Web aberta, os elementos de base técnicos que tornam a Web aberta, interoperacional e acessível, desenvolvidos no Consórcio World Wide Web.
“As Afiliadas do W3C e a comunidade em geral da Web têm como enorme responsabilidade moldar o futuro das tecnologias Web”, afirmou o Dr. Jeff Jaffe , Diretor-Executivo do W3C. “A maior parte das pessoas considera que a Web opera apenas para si mesmo (a), mas as tecnologias fundamentais que fazem com que a Web funcione para todos são desenvolvidas por especialistas em tecnologia altamente qualificados e dedicados da comunidade W3C. As reuniões do TPAC deste ano ressaltaram a importância e o impacto do trabalho do W3C”.
No topo das discussões técnicas dos grupos formados pelo W3C estavam os progressos da Plataforma da Web Aberta e os requerimentos específicos do setor para a Web da próxima geração:
* Acessibilidade – O WCAG 2.0 é o padrão fundamental dos sítios da web acessíveis, sendo amplamente adotado em termos globais por governos e organizações. A comunidade discutiu os próximos passos para a expansão das especificidades e a constituição de novos trabalhos referentes ao WCAG 2.1 até o próximo ano, assim como a elaboração de análises ainda mais sólidas de todos os padrões do W3C para garantir sua acessibilidade. O ARIA 1.1 está pronto para galgar o status de Candidato à Recomendação e vem avaliando implementações.
Automotivo – O Grupo de Trabalho Web e Automotivo vem viabilizando a conectividade Web por meio de sistemas de in-vehicle infotainment (entretenimento informativo em veículos) e protocolos de acesso de dados de veículos. Isso significa que consumidores em breve terão acesso a mais dados e serviços a partir de seus veículos, como informações sobre ruas, clima e tempo e lojas.
Publicação Digital – A Comunidade Editorial e o Grupo de Interesse de Publicação Digital vem colaborando no que se refere à evolução dos livros eletrônicos e à forma de levar as exigências de autores e editores para a Web a fim de proporcionar leituras e experiências de aprendizagem mais ricas, tanto online quanto off-line.
Entretenimento – O Grupo de Interesse da Web e TV discutiu novas características do setor de entretenimento. O Grupo de Trabalho de Controle da TV vem levando conteúdo de rádio e televisão às paginas Web e o Grupo de Trabalho de Apresentação em Segunda Tela vem definindo um API que possibilita às paginas Web utilizar uma segunda tela para apresentação de conteúdo Web.
Telecomunicações – O Grupo de Trabalho de Comunicações em Tempo Real na Web apresenta comunicações em áudio e vídeo em qualquer lugar, em qualquer rede.
Plataforma da Web Aberta – O Grupo de Trabalho de CSS concluiu seis novas Recomendações em 2016 e está com mais 22 destas na fase de Proposta de Recomendação, dentre as quais o Layout de Caixa Flexível Nível 1 1. O Grupo de Trabalho da Plataforma Web elevou o HTML 5.1 ao status de Candidato à Recomendação e espera que este se torne um padrão em setembro-novembro. Paralelamente, o grupo já divulgou um Primeiro Esboço de Trabalho Público do HTML 5.2. Ao expandir as funcionalidades de mídia, as Extensões de Origem de Mídia (MSE) vêm evoluindo para se tornarem uma Recomendação no início de novembro. As Extensões de Mídia Criptografada (EME) propuseram a revisão do cronograma a fim de concluir os trabalhos de suite de testes em resposta ao suporte à novos recursos da Associação de Tecnologia do Consumidor (Consumer Technology Association (CTA).
* Web de Dados – O Grupo de Trabalho de Melhores Práticas para Dados na Web definiu uma orientação para garantir que os Dados na Web sejam compartilhados, de forma aberta ou não, com o máximo de interoperabilidade. O Grupo incentiva o envio de implementações por parte dos usuários, tendo publicado uma Candidata à Recomendação de Melhores Práticas de Dados Web. O trabalho se enquadra em uma visão mais ampla que abrange dados geoespaciais e licenças, dentre outros.
* Pagamentos Web – O Grupo de Trabalho de Pagamento Web vem desenvolvendo um API para agilizar o processo de “check-out” online, tornando os pagamentos mais fáceis e seguros na Web.
* Segurança Web – O Grupo de Trabalho de Autenticação Web fez progresso com o trabalho sobre alternativas mais seguras e flexíveis que os log-ins baseados em senha na Web. O Grupo de Trabalho de Segurança das Aplicações Web em breve finalizará a Política de Segurança de Conteúdos Nível 2.a>
* Internet das Coisas – O Grupo de Interesse da Internet das Coisas busca combater a fragmentação da Internet das Coisas (IoT) por meio de metadados padronizados que facilitam a integração nas diferentes plataformas da IoT e nos domínios das aplicações. O Grupo de Interesse coloca bastante ênfase nos experimentos de interoperabilidade por meio de plugfests comuns. Estão revisando uma proposta de regimento interno para o Grupo de Trabalho da Internet das Coisas.
Além das reuniões dos Grupos de Trabalho e Interesse formalmente constituídos das Afiliadas do W3C, pela primeira vez o W3C recebeu mais de 20 Grupos Comunitários do W3C que estão incubando ideias para futuras tecnologias Web. Entre os assuntos de grande interesse nos Grupos Comunitários e sessões paralelas estavam o blockchain, realidade virtual (VR/AR), bluetooth da Web e NFC, micro-pagamentos, temporização de múltiplos dispositivos e um plugfest da Web das Coisas.
Sobre o World Wide Web Consortium
O Consórcio World Wide Web (W3C) é um consórcio internacional no qual organizações filiadas, uma equipe em tempo integral e o público trabalham juntos para desenvolver padrões Web. O W3C basicamente busca atingir sua missão por meio da criação de padrões Web e diretrizes elaboradas para assegurar o crescimento de longo prazo e a administração da Web. Mais de 400 organizações são Afiliadas ao Consórcio.
O W3C é gerido conjuntamente pelo Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory -MIT CSAIL) nos Estados Unidos, pelo Consórcio Europeu de Pesquisa em Informática e Matemática (European Research Consortium for Informatics and Mathematics -ERCIM) com sede na França, pela Universidade de Keio, no Japão e pela Universidade Beihang , na China. O W3C possui escritórios na Austrália, nos países do Benelux, no Brasil, na Finlândia, Alemanha e Áustria; Grécia, Hungria, Índia, Coreia, Marrocos, Rússia, África do Sul, Espanha, no Reino Unido e na Irlanda. Para mais informações, acesse https://www.w3.org/