A equipe do W3C Brasil organizou a Missão Tecnológica sobre Dados Abertos, em Londres, em outubro de 2013. O intuito das visitas foi promover a troca de experiências sobre o tema de dados abertos.Por ocasião do London Summit 2013, encontro anual da Parceria Para Governo Aberto – OGP, brasileiros[1] integrantes de órgãos governamentais, da academia e do setor privado, participaram da Missão Tecnológica.Visita ao Cabinet Office
No dia 29 de outubro os participantes da delegação se encontraram com o Chefe do Portal de Dados Abertos do Reino Unido data.gov.uk, Antonio Acuña.O governo britânico foi pioneiro na publicação de dados abertos. Os dados são publicados pelo CKAN, plataforma feita em software livre pela Open Knowledge Foundation. Segundo Acuña, a estratégia inicial de implementação do data.gov.uk foi disponibilizar a maior quantidade de dados possível, criar uma pequena infraestrutura e fazer alguns experimentos.Uma vez que os dados também são usados para negócios, verificou-se a necessidade mudar o modelo inicial de publicação de dados. Foi preciso criar um acordo de serviços. A Open Government License permite que os dados sejam utilizados também para negócios. Para que haja confiança os dados devem estar sempre atualizados. A grande mudança foi disponibilizar um catálogo e orientação sobre como os dados chegaram lá pela API. Em última instância, é necessário pensar nos seguintes itens: usuário; necessidade; qualidade. E para esse círculo ser mantido é necessário que os dados sejam de fato utilizados.Outra ação importante do Governo Britânico em relação aos dados abertos, foi promover uma lista de todos os dados que ainda não haviam sido publicados ou que não podem ser publicados. Essa lista estará aberta para votação dos cidadãos britânicos de quais dados deveriam ter prioridade para publicação em formato aberto.Sobre uma possível comparação entre o valor econômico e o valor social dos dados abertos, Acuña descreve dois tipos de potenciais modelos: a defesa de um tema específico. Por exemplo, o Green Peace para dados acerca de ecologia e meio ambiente e os grupos técnicos, que em geral têm muito pouco acesso à informação. Ex. produtores que poderiam saber mais sobre uso da terra.Ele ainda afirmou que tentar fazer uma conexão direta entre o cidadão e dados abertos não dará certo. Entre governo, comunidades e mercados, sim. É preciso, portanto, criar um ecossistema comercial e um mercado novo para os dados abertos.Visita ao Open Data Institute
No dia 30 de outubro a delegação visitou o Open Data Institute. Gavin Staks, CEO da organização, e Richard Stirling, Gerente do Programa de Filiação, explicaram sobre o ODI, seus objetivos e principais projetos.Gavin mencionou que o ODI foi fundado com 10 milhões de libras, e teve incentivo financeiro do Governo Britânico, embora seja uma organização não governamental sem fins lucrativos. Um dos principais objetivos do instituto é construir uma “Web de Dados”. Há um grande incentivo à “economia dos dados”, por exemplo ao encubar startups. A Open Corporates é um bom exemplo de negócio que utiliza dados abertos.Outro importante objetivo do ODI é o incentivo aos “dados como cultura”, o Data as Culture tem a missão de catalisar a evolução da cultura dos dados abertos para criar valor econômico e social. Além disso, o ODI incentiva a disponibilização de dados em formato aberto por meio da emissão de certificados, que de fato certificam se os dados estão mesmo disponibilizados em formato aberto. Essa ação promoveu uma mudança de cultura no Governo Britânico, pois qualquer contrato do governo com fornecedores precisa ter um certificado.Por fim, Richard contou que o ODI está se expandindo e já tem 13 representantes, chamados de “nodes” localizados na Europa, Estados Unidos e América do Sul. Ele ainda afirmou que 35 países visitaram o instituto em 2012.[1] Participantes da Missão Tecnológica:
- Alexandre Gomes – SEA Tecnologia
- Adriano Amaral – 4ugov.org
- Bernadette Farias Loscio – Centro de Informática da Universidade de Pernambuco
- Caroline Burle – W3C Brasil
- Gustavo Ungaro – Controladoria Geral da Administração do Governo de São Paulo
- Juliana Botelho Foernges – Casa Civil do Governo do Rio Grande do Sul
- Leonardo Antonialli – SEA Tecnologia
- Márcio Vasconcelos – Fundação Avina
- Renato Willi – SEA Tecnologia
- Vanessa Fraga da Rocha – Casa Civil do Governo do Rio Grande do Sul
- Vagner Diniz – W3C Brasil